quinta-feira, 15 de abril de 2010

Policia descobre ''Família do Tráfico''

ISMAIL JUNIOR
Repórter Policial do Universo Policia

“Tem crack aí?”, perguntou o homem no interfone. “Quantas vai?”, respondeu a voz feminina.

A conversa é verídica e teria sido mais um atendimento de rotina na casa de número 423 da rua Oswaldo Aranha, na Vila Lacerda, na noite da última terça-feira, se o homem do lado de fora não fosse um policial da Dise (Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes) que naquele instante desmantelava uma quadrilha formada por uma família.

Naquele momento, o adolescente J.F.S., 14 anos, morador do local, chegou na casa e foi detido. Logo em seguida entraram todos no imóvel. Lá, a polícia encontrou 108 pedras de crack, além de dois celulares e R$ 27. Tudo supervisionado pela auxiliar de limpeza

Luzia de Moraes, 37 anos, mãe de J. e de mais três filhos, que acabou presa.

“Minha mãe não tem nada a ver com isso”, disse o adolescente, que permanecia na frente da casa em uma bicicleta na tarde desta quarta-feira. “A droga era toda minha e daqui para frente não vou mais mexer com isso.”

O garoto, que tem um irmão preso também por tráfico – Leandro Ferreira dos Santos, 19 –, está sob cuidados de sua tia, irmã de Luzia, assim como as duas irmãs menores de idade.

Há alguns dias o imóvel era observado pelos investigadores e, segundo eles, já era um ponto conhecido para a venda de crack.

Recentemente a rua Oswaldo Aranha foi palco de outro crime. Em 1º de março, o servente de pedreiro Anderson Gomes da Silva, 22, e a desempregada Josilaine da Silva Santos, 24, foram assassinados na frente da casa. Fazia uma semana que ela havia deixado a cadeia de Itupeva.

Questionado sobre o fato, o adolescente J. confessou que Anderson trabalhava com ele na venda de drogas.

No local, casal foi morto em março

Assassinados na frente da casa onde ocorria a venda de drogas, Anderson e Josilaine foram executados com diversos tiros por homens que passaram de carro no local em 1º de março.

Na noite anterior, o namorado de Josilaine, Everson Rodrigues de Melo, 20, conhecido como Perninha, também levou cinco tiros em uma esquina próxima da residência, mas sobreviveu.

O adolescente J. confirmou conhecer as pessoas que morreram na frente de sua casa. A família, mesmo após a execução, continuou no local vendendo drogas.

A polícia desconfia que o ponto de vendas de drogas pertencia ao irmão de J., Leandro, e que, está preso.

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