Mulher foragida da Policia tinha pretenção de criar Oscip

ISABELA FAGUNDES
Repórter Investigativa do Universo Policia

Foragida desde o último dia 7, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Hygeia, a presidente do Instituto de Desenvolvimento Humano, Econômico, e Ação Social (Idheas), Maria Guimarães, pretendia criar uma outra Oscip para ampliar o esquema de fraudes em licitações nos municípios. O plano teria sido "minado" devido a ameaças do ex-presidente do Idheas, Abel Alves Saraiva dos Santos, contra membros da oscip. Em conversa tensa com Maria, Abel dá claras evidências de que sabe demais. Ele alega ter pilhas de documentos que podem comprometer Maria e a Oscip.


Maria Guimarães, Foragida da Policia.


Diálogo

Abel: Nunca ninguém te ameaçou.

Maria: Você fez, Ronildo fez, o Sérgio fez.

Abel: Você acha que eu fiz (ameaças)?

Maria: Fez quando você falou que ia fazer a denúncia não sei pra onde, não sei pra onde, não sei pra onde, isso foi ameaça.

Abel: Então ta bom Maria, você ta querendo briga comigo também?

Outro ponto do diálogo demonstra a tensão e imcompreensão de Abel quanto às negociações com os lobistas e a presidente da Oscip.

Abel: Oi,deixa eu te falar, me escuta aqui.Você tá achando que eu tô te ameaçando, que eu to brigando, eu to aqui doente aqui Maria.

Maria: Eu sei. Presta atenção numa coisa aqui, presta atenção, deixa eu falar uma coisa pra você.

Abel: ai você vem falar, você muda o contrato, você não paga, faz do jeito que quer ai, não dá satisfação.

O diálogo está elencado no pedido de prisão temporária dos envolvidos no esquema. O Universo Policia teve acesso ao documento. Segundo a Polícia Federal, a ideia era fechar contratos com outras prefeituras. A criação de uma nova Oscip ampliaria a atuação do grupo, afastando as suspeitas de irregularidades. “Ao que tudo indica, (Maria Guimarães e Ronildo Nascimento) estariam criando uma oscip para trabalhar com outras prefeituras”, diz trecho do documento da PF.

A Idheas tinha contratos com as prefeituras de Tangará da Serra e Timótio, esta última localizada no Estado de Minas Gerais. Em ambas as parcerias, a Oscip gerênciava o Programa de Saúde da Família. Embora seja de outra entidade, a PF investiga fortes indícios de ligação de Maria Guimarães com Ronilton Carlos, diretor do Instituto Creatio, os irmãos Waldemir e Valdebran Padilha, presos e identificados pela polícia como lobistas que atuavam em supostas fraudes na Funasa e em secretarias municipais de Saúde.