Bandidos assaltam médicos durante cirurgia

ANDRÉ LUIS GUIMARÃES
Repórter Policial do Universo Policia

No Rio de Janeiro, bandidos invadiram um hospital e renderam médicos no meio de uma cirurgia pra roubar um aparelho.

Os bandidos entraram pela porta da frente do hospital. As câmeras de segurança registraram o momento da invasão.

Primeiro aparece um homem encapuzado com uma arma na mão. Logo depois outros dois bandidos, um deles também armado, ajudam a render funcionários e acompanhantes de doentes. Depois chegam mais dois homens. Agora são cinco os criminosos. O mais dramático ainda ia acontecer.



Uma mulher de 62 anos estava sendo submetida a uma cirurgia delicada, para a colocação de uma prótese no quadril.

O bandido encapuzado entrou na sala e apontou a arma para a cabeça do cirurgião. Ele exigia um aparelho de endoscopia, usado para exames no estômago.

Um técnico disse que não sabia onde estava o equipamento e foi agredido. O médico entregou dois bisturis elétricos como se fossem o aparelho de endoscopia.

Os outros bandidos ainda entraram na sala para roubar celulares e relógios da equipe.

O médico conta que a cirurgia estava na metade. E com os bandidos na sala, ele teve que fechar o corte antes de terminar a operação.

“Era uma cirurgia complexa, sangrando e eles sem limite nenhum, totalmente descontrolados. Nem ligaram para a cirurgia, nem ligaram para a paciente, para a vida da paciente e colocaram a arma na cabeça, minha e da minha equipe, atrás do aparelho de endoscopia”, contou o médico, sem se identificar.

A paciente perdeu muito sangue e teve que passar por transfusão e foi internada na UTI. A segunda cirurgia para a instalação da prótese aconteceu no dia seguinte, no mesmo hospital. Dessa vez, deu tudo certo. Ela passa bem, já está em casa. Os filhos estão muito assustados e ainda não contaram pra mãe o que aconteceu.

Uma imagem mostra os bandidos levando os bisturis elétricos. A delegada disse que os criminosos não conheciam o aparelho de endoscopia e investiga se eles tinham a intenção de vendê-lo. Ela estranha o fato de apenas um dos criminosos ter se preocupado em esconder o rosto.

“Levando a crer que era uma pessoa conhecida do hospital, podendo ser um funcionário ou um ex-funcionário”, disse a delegada Leila Goulart.

“Hoje eu espero qualquer coisa. Ser assaltado dentro do centro cirúrgico, os bandidos sem limite nenhum, olhando a paciente como se fosse um nada. É revoltante, a gente infelizmente não sabe o que passa na cabeça dessas pessoas”, disse o médico.