sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Procurador apreende medicamentos

ISABELA FAGUNDES
Repórter Investigativa do Universo Policia

Durante uma fiscalização na obra de reforma do prédio onde seria instalado o Hospital do Câncer, atualmente cedido para a Universidade Federal de Rondônia (Unir) para implantação do Hospital Universitário, o procurador da república Ercias Rodrigues de Sousa encontrou uma grande quantidade de caixas contendo remédios para diversas especialidades espalhadas em um compartimento nos fundos do prédio. “Vim ao local para fazer uma inspeção nas reformas que estão sendo feitas em todo o prédio, quando nos deparamos com essa grande quantidade de remédios, de imediato chamamos a Vigilância Sanitária e por se tratar de um prédio da União chamamos a Polícia Federal para que se fizesse presente no momento da apreensão”, explicou o procurador.

Ercias aponta que os remédios estariam espalhados pelo compartimento, dando a impressão de que alguém tivesse vasculhado as caixas, algumas ainda estariam fechadas. “Isso com certeza se caracteriza em um crime contra a saúde pública, tanto remédios se estragando e centenas de pessoas precisando tratar da saúde sem condições financeiras”, argumentou.

Conforme o procurador, uma nota fiscal constando a entrega de alguns dos medicamentos estava em nome da Associação Rotariana Rio Madeira, instituição que funciona nos fundos do prédio. A administradora da associação, há mais de nove anos, Nazaré Farias disse não ter conhecimento da nota fiscal. Ela relata que sabia da existência dos remédios porque há quase dois anos vândalos entraram no local e rasgaram as caixas que estavam armazenadas, porém os medicamentos estavam há mais de um ano no compartimento e ela afirmou não saber até então que se tratava de remédios. “Há mais de três anos que esses remédios estão aí, só fiquei sabendo que eram medicamentos dentro das caixas quando, depois de um ano, os vândalos entraram, talvez no intuito de roubar, e vasculharam o local deixando tudo espalhado”, explicou.

Nazaré conta que não chamou a policia para denunciar o fato porque não queria confusão com um médico que administrava o prédio anteriormente. “Tinha um médico que atendia a alguns pacientes e não me dava bem com ele, quando vi os remédios imaginei que fossem dele por isso não denunciei, porque não queria confusão”, relatou. “Quanto à nota fiscal, não sei explicar como aconteceu de esses remédios terem sido destinados para nós. Suponho que tenha sido coisa da pessoa que ficava aqui, porque o laboratório que consta na nota fiscal é nosso distribuidor de materiais para o consultório odontológico que temos aqui, lá eles têm todos os dados da associação, acredito que alguém agiu de má fé para colocar a culpa em nós”, complementou.

Hospital Universitário

De acordo com a procuradora federal que acompanhava a fiscalização, o prédio está desde 2008 passando por adaptações exigidas pelo Ministério da Saúde. “A União repassou o prédio para a Unir com a finalidade que aqui fosse implantado o Hospital Universitário e como tem havido uma série de exigências com relação a algumas adaptações estivemos hoje aqui para fiscalizar as últimas reformas que foram feitas”, explicou. A diretora de engenharia e arquitetura da Unir contou que somente nesse semestre o MS já enviou duas solicitações de reparo no prédio e isso tem sido o fator principal para a demora na entrega do espaço. “Não depende de nós, sempre que cumprimos uma solicitação feita pelo Ministério da Saúde, eles nos mandam outra, isso atrasa a entrega, porque tem todo um processo a ser cumprido o que resulta nesta situação, que facilita a ação de vândalos”, completou.

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