quinta-feira, 8 de abril de 2010

Vereador não paga pensão e vai preso

ANDRÉ LUIS GUIMARÃES
Repórter Policial do Universo Policia

O vereador Amarildo de Oliveira (PPS) foi detido por não pagamento de pensão alimentícia a dois de seus filhos. O parlamentar recebeu a ordem da polícia de cumprimento do mandado de prisão, expedido pela Justiça de Arapongas, no Paraná (PR), enquanto saía do Legislativo e foi conduzido pela Polícia Militar (PM) à Delegacia de Investigações Gerais (DIG).

De acordo com o delegado titular da unidade, Carlos Alberto Gomes da Rocha Silva, logo em seguida o advogado do parlamentar compareceu ao Fórum para pagamento da dívida, estimada em cerca de R$ 5 mil. “Enquanto nós estávamos fazendo o registro da ocorrência veio um contramandado de prisão do Fórum. Fizemos o registro, de fato não criminal, e liberamos o vereador”, afirma.

O processo por pensão alimentícia é arquivado, segundo o delegado, a partir do momento que o acusado paga a dívida. Amarildo tem filhos com 19 e 18 anos. A maioridade faz cessar o pátrio poder, mas pode não extinguir o dever de pagar pensão alimentícia se o filho ainda depende financeiramente do pai.

O parlamentar já enfrentou outra ação de execução de pensão mas também conseguiu realizar o pagamento do que foi cobrado por sua ex-mulher.

Amarildo de Oliveira foi eleito com o maior número de votos da história de Bauru: 6.384. Tem 42 anos, é natural de Rancharia, é casado há oito anos pela segunda vez, tem duas filhas e é evangélico. Além de vereador, trabalha como apresentador de televisão. Depois de passar pela Record, atualmente, apresenta um programa no SBT, veiculado diariamente. É também presidente das Comissões do Meio Ambiente, Higiene, Saúde e Previdência; Economia, Finanças e Orçamento e membro das Comissões de Justiça, Legislação e Redação; e Fiscalização e Controle.

‘Não tinha dinheiro’

O vereador Amarildo de Oliveira disse que não tinha dinheiro para pagar a pensão alimentícia à suas duas filhas. “Estava juntando dinheiro para pagar a dívida e paguei hoje (ontem). Tenho dependentes. Você ajuda pai, ajuda mãe. Tem que fazer aquela manobra, não sou diferente de ninguém. Priorizo algumas coisas. Passei por uma fase difícil. A gente vai atrasando os compromissos e as coisas vão acumulando. Dei outras prioridades”, afirma.

O parlamentar admitiu que é a segunda vez que é detido por conta de pensão atrasada. No ano passado, ele citou o assunto na Tribuna da Câmara, se antecipando à eventual apropriação política do fato. “É só verificar nos arquivos. Tenho exames da minha mãe para fazer e tem muita coisa que o Sistema Único de Saúde (SUS) não cobre. Em 2009, tive meu pai com câncer. Só a consulta do médico é R$ 300,00. A hora que eu tenho dinheiro, tenho”, disse.

Pré-candidato à deputado estadual, Amarildo diz que o montante da pensão alimentícia é descontado do salário da Câmara Municipal. “Mas a outra parte (ex-mulher) entende que quer um valor maior. Essa discussão está no revisional. Tenho que provar que não tenho condição. Não tenho dinheiro para pagar advogado”, argumenta.

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