Policiais Militares estão sendo investigados por morte de Motoboy

ISABELLA FAGUNDES
Repórter Investigativa do Universo Policia

Duas horas depois de ser abordado na Casa Verde, zona norte da capital, por PMs e ser levado para a 1ª Companhia do 9º Batalhão com outros três rapazes, o motoboy Eduardo Luís Pinheiro dos Santos, de 30 anos, foi encontrado morto em Santana. Testemunhas disseram à Polícia Civil que o rapaz foi torturado, espancado e humilhado no quartel na noite do dia 9. Segundo o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Santos sofreu traumatismo cranioencefálico.

O corpo do motoboy apresentava vários hematomas e foi encontrado por PMs do mesmo batalhão para onde ele havia sido levado. O DHPP pediu à Polícia Militar as fotografias e escala de serviço de todos os PMs que trabalharam naquela noite. O major Reinaldo Zychan, porta-voz da Corregedoria da PM, disse hoje que os suspeitos de envolvimento no caso começaram a ser ouvidos.

O oficial considerou o episódio gravíssimo e afirmou que a conduta de todos os que trabalharam naquele horário está sendo investigada. Um dos suspeitos é o soldado Antonio Sidney Rapelli. Zychan, no entanto, não confirmou nem desmentiu se o acusado é um dos investigados. A equipe E-Leste do DHPP apurou que na noite de 9 de abril Santos pediu ajuda a um amigo açougueiro para procurar a bicicleta do filho que havia sido furtada. O motoboy encontrou três rapazes na esquina da Rua Voluntários da Pátria, na Casa Verde, e começou a discutir com eles.

Nesse momento, o grupo foi abordado por PMs. Eles queriam saber o que estava acontecendo e mandaram que todos colocassem as mãos na cabeça e se virassem para a parede. Santos se recusou. Um dos policiais teria desferido um murro em seu peito e ele revidou, com uma rasteira. Todos foram detidos e o que ocorreu na sequência está sendo apurado.