quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

MG: Operação prende 14

ISABELLA FAGUNDES
Repórter Investigativa do Universo Policia

O resultado final da Operação Pelicano, deflagrada após dois meses de investigação em Governador Valadares, em Minas Gerais, possibilitou a prisão de 14 suspeitos e apreensão de R$ 7 mil, dois veículos e três motocicletas usados para a disseminação do tráfico de drogas na cidade. Com apoio de um helicóptero, equipe da Superintendência de Investigações e Polícia Judiciária (SIPJ) e cães farejadores deslocados de Belo Horizonte, 80 policiais civis da região, distribuídos em 30 viaturas, cobriram toda a área comandada pela organização criminosa.

De acordo com o delegado regional da cidade, Jeferson Botelho, as investigações apontaram que o grupo criminoso se instalou no bairro Grã-Duquesa, na região central da cidade, e a distribuição era coordenada a partir da residência de Fábio Freire Gonçalves, o Fabim, 26, apontado como líder da quadrilha e também responsável pela fabricação e distribuição da substância entorpecente a uma rede de usuários e a outros revendedores com alto poder aquisitivo, tais como médicos, dentistas, empresários, músicos e advogados.

O quilo de pasta base era comercializado pela quadrilha por R$ 17 mil reais e o grama de cocaína a R$ 30 reais. As investigações dão conta que a droga vinha da conexão Paraguai-Rondônia, no Norte brasileiro, e tinha base na cidade de Araçuai, no Vale do Jequitinhonha. Batizada de Operação Pelicano, em referência ao cuidado dispensado pela ave aos filhotes, também símbolo de eucaristia, renúncia e cuidado é um analogia com que a Polícia Civil cuida dos interesses da sociedade. “Esse compromisso também se vê no apoio irrestrito do Poder Judiciário e do Ministério Público local às ações da polícia judiciária, preponderante para o êxito da operação e prisão dos traficantes”, afirma.

Para o coordenador da SIPJ, delegado Adam dos Santos, essa nova edição tem o objetivo de disseminar e viabilizar o apoio logístico e técnico às delegacias regionais e departamentos da Polícia Civil no interior do estado. Há mais de dois anos a Superintendência vem colaborando sistematicamente em operações desse porte nas cidades mineiras visando a diminuição da criminalidade e seus efeitos.

Detentora de grande poder econômico e com capital de giro, a quadrilha mantinha em sua folha de pagamento o médico Felipe Fraga Damasceno, que manipulava a cocaína pura recebida de Fábio Gonçalves, adicionando produtos químicos ao entorpecente para potencializar a ação alucinógena. Felipe Damasceno também repassava o entorpecente à rede de usuários mantidos pela quadrilha. De acordo com o titular da Delegacia de Tóxicos de Governador Valadares, Fábio Henrique, para a distribuição da droga pelos bairros da cidade a quadrilha usava um telefone público instalado em um bar na rua São Paulo, região central da cidade, e que funcionava como uma central de vendas.

As investigações apontam ainda que cada integrante tinha função definida na estrutura do tráfico. O fornecimento da droga era mantido por Nédio Gonçalves Souza, o Chico, 46, considerado um dos principais traficantes da cidade e que já teria cumprido pena pelo crime. O bando era também integrado por Nilbeton Gonçalves Rosa, o Betão, 32, Willian de França Fernandes da Silva, o Pão, 23, e o foragido Marcos Werneck de Oliveira, conhecido como Véio, todos com intensa atividade no abastecimento do mercado ilícito.

Douglas Roberto Ribeiro Siqueira, 27, fazia a troca de cocaína pelo medicamento Pramil, usado para impotência masculina. Já Farley Júnior Rodrigues dos Santos, 20, Gustavo Fraga de Assis, 39, Marlei Barbosa Salvino, 33, José Guilherme Teixeira de Sena Soares, 19, Marcelo Manoel de Oliveira, 21, ocupavam cargos e hierarquias diferentes na quadrilha, atuando desde a ajuda no preparo do entorpecente até distribuição nas ruas da cidade.

A ramificação criminosa contava ainda com a participação ativa do cabo da Polícia Militar Agnaldo Lopes Faria, 43, que recebia e distribuía a cocaína já processada aos usuários. Os levantamentos dão conta que o militar mantinha contato e ligava diariamente para o traficante Fabim, mesmo em serviço e fazia a revenda da droga. Já Girsimar Manoel da Silva, o Gilson, 42, era o elo da quadrilha na distribuição da droga na cidade de Mantena, situada no Alto do Rio Doce.

De acordo com o delegado regional da cidade, delegado Jeferson Botelho, a investigação prossegue nos próximos dias para discriminar toda a contabilidade do mercado ilícito e o levantamento de bens e valores mantidos pela quadrilha. O delegado afirma que o sequestro de bens é uma medida necessária para descapitalizar o bando e sua atuação na cidade.

As informações são da Assessoria de Imprensa da Polícia Civil de Minas Gerais.

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