segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Foragidos presos passam de 400

ANDRÉ LUIS GUIMARÃES
Sub-Editor do Universo Policia

Somente na última semana, entre segunda e sexta-feira, a Polícia Militar (PM) capturou 11 foragidos da Justiça - três eram fugitivos do Instituto Penal Agrícola (IPA). São condenados por crimes que vão de furto e não-pagamento de pensão alimentícia a roubo e homicídio. Alguns, eram procurados pela Justiça de Bauru. Outros, fugiram do cumprimento de penas impostas pela Justiça de Piratininga, Bariri, Piracicaba e Grande São Paulo. Ao todo, de janeiro a início de outubro, foram 521 condenados ou fugitivos capturados na cidade, segundo a Polícia Civil.

Entre cumprimentos de mandado de prisão, recaptura de detentos e condenados localizados, foram presos 880 na área da Delegacia Seccional de Bauru, que abrange a cidade e outros 18 municípios da região. Somente em Bauru, foram 521 pessoas, segundo informação da Polícia Civil. Uma média de 55 prisões de foragidos por mês.

Para Pellegrino Bacci Neto, primeiro secretário do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) Centro/Sul, os números refletem o resultado do trabalho das policiais Civil e Militar para tirar os foragidos de circulação. “O esforço é muito grande das polícias. Mas elas não podem parar suas atividades pela comunidade saudável, para sair somente perseguindo esses indivíduos”, pondera.

Bacci Neto, que também é advogado coordenador da recém-criada Comissão de Segurança Pública da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Bauru, destaca que muitos dos condenados capturados já são fugitivos do sistema prisional. Principalmente os que se beneficiam das saídas temporárias, mas não retornam às unidades, conforme estabelece a regra do sistema. “É preciso reavaliar a política de concessão desses benefícios. Hoje temos presos que não são pais saindo para passar o Dia das Crianças com suas famílias”, pontua.

Intensificado

O tenente-coronel Benedito Roberto Meira, comandante do 4.º Batalhão da Polícia Militar (4.º BPMI), informa que foi intensificado o trabalho de abordagens pelos policiais. Ao realizar a averiguação de uma pessoa, com revista e checagem de seus dados, a PM consegue verificar nos sistemas da Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp) e na Rede Infoseg, da Secretaria Nacional de Segurança Pública, se esta é procurada pela Justiça ou fugitiva de alguma penitenciária. “Se a pessoa diz que não está com os documentos, o sistema nos permite muitas formas de confrontação de dados”, enfatiza Meira.

O comandante também informa que a regionalização do Centro de Operações da PM (Copom) tornou ainda mais ágil a forma de checar dados de suspeitos. “Antes, muitas janelas ficavam abertas. Agora, elas estão ainda menores. O sistema não trava”, destaca. Mas ele ressalta que de nada adianta a PM oferecer várias ferramentas de combate ao crime, se as abordagens não forem realizadas. Por isso, Meira informa que o Batalhão incentiva os policiais a abordarem um número cada vez maior de eventuais suspeitos.

Para Bacci Neto, a população poderia contribuir com o trabalho da polícia. “Quando for parado para uma abordagem, o cidadão precisa saber que é um fato comum. Não precisa fazer cena, ficar nervoso. É uma atitude de rotina e é só manter a tranqüilidade”, diz.

Sobre a quantidade de condenados que ainda não tinham sido presos e foram capturados esta semana, Meira pondera que esse problema é reflexo da complexidade do sistema e legislação penal. Ele avalia que muitas vezes, quando uma pessoa é presa em flagrante, o sistema processual é bastante rápido até que ela esteja fora da unidade penitenciária por meio de pedidos de liberdade provisória. A partir daí, até ser efetivamente condenada e ter a prisão determinada, o andamento passa a ser bastante lento.

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