quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A Morte de um rapaz usuário de drogas

ANDRÉ LUIS GUIMARÃES
Repórter Policial do Universo Policia

Lastimável o incidente que vitimou o rapaz usuário de drogas. Errou a família, errou a polícia. O procedimento correto é acionar o Samu, que normalmente é acompanhado pela polícia para internar o dependente em crise.

Não se pode dizer que houve legítima defesa quando um policial mata uma pessoa juridicamente incapaz (em crise psicótica) de responder por seus atos.

E a família, por mais que se entenda seu sofrimento, dizer-se aliviada traduz a falta de vontade de buscar solução por caminhos mais difíceis. Falou mais alto o lado egoísta e acomodado do ser humano.

Aliás, quando um membro da família apresenta distúrbio psicológico e/ou psiquiátrico, deve ser tratado junto com seus familiares, que também são doentes.

Também se age criminosamente por omissão.

A família deixou a polícia fazer o que lhe pareceu mais cômodo; inconscientemente, deu seu aval para ela matar o problema - o filho.

Amar não é cruzar os braços, desistir. Não é dizer que a polícia não tinha escolha. Não se vai resolver o problema das drogas com hipocrisia e má vontade. A polícia não está preparada para cuidar de adictos.

Matou e deve responder por homicídio. Já a família é coautora dessa morte evitável. São palavras duras? Sim, mas que derrubam os falsos argumentos e chamam à obrigação pais e familiares dos que precisam de ajuda.

Quando os jovens abandonam os pais em asilos são execrados. E os pais?

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